Sábado de manhã (25/02, 10h), na escadaria do prédio histórico da UFPR:
Feira de Trocas!

Tragam coisas úteis e que funcionem para trocar.

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Manifesto:

Quando pensamos em obter alguma coisa, a primeira forma que nos vem à
cabeça é através da compra. Porém, a compra pressupõe moeda, que pressupõe
trabalho, que pressupõe tempo gasto. Do outro lado, o objeto está inserido
no jogo obscuro do mercado e subjetivo do desejo. E se olharmos ainda para
a produção, veremos um sujeito guloso chamado lucro, se alimentando de
trabalho escravo, guerras e desperdício. Todos esses fatores caracterizam
o ciclo normal que liga produção e consumo através do dinheiro.

Mas e se, de repente, percebendo a riqueza que já está a nossa volta,
resolvêssemos mudar a forma de obter os produtos de que precisamos? Uma
vida simples é uma vida com menos preocupações. Então, por que temos que
trabalhar tanto e ainda se endividar até o pescoço? O consumidor possui
tanto poder quanto quem produz, pois, afinal, aquele ciclo depende de
ambos. E também está na mão do consumidor escolher buscar nesse mercado
maluco e enganador o que ele precisa ou em outro lugar, assim como usar ou
não dinheiro, ter que trabalhar mais ou menos.

É com essa vontade de simplificar as coisas, ter mais tempo livre e evitar
se afogar em lixo que uma feira de trocas aparece. A riqueza de que falava
acima é justamente os objetos e conhecimentos que viemos acumulando
durante nossa vida, até esse ponto. Daqui pra frente, podemos começar a
trocar!

São roupas, instrumentos musicais, computadores, celulares, utensílios de
cozinha, ferramentas, livros, jogos, CDs, filmes, enfeites, etc, todas
coisas que possuem valor, mas que, depois de um bom tempo paradas, se
transformaram, estão fora do mercado tradicional. E além de objetos,
também podemos trocar serviços, desde consertos na casa até aulas e
caronas. Todas essas transações dependem unicamente da conversa entre os
interessados.

Muitas vezes, quando já estamos satisfeitos (e isso é possível), a feira
também é um espaço para fazermos doações. Não é necessário levarmos algo
de volta, tirarmos vantagem, muito menos termos lucro quando nos
relacionamos com as pessoas. Pelo contrário, é muito comum que nos
sintamos mais leves depois que o espaço daquele objeto, há muito
empoeirado, fica livre.

É isso que o escambo cria: um novo ciclo social, que liga – sem
necessidade de intermediários, patrões ou impostos – objetos e pessoas,
assim como pessoas e pessoas. Ao fazer essa ponte de forma direta, podemos
estabelecer novos valores para as coisas, dependendo da necessidade de
cada um. O ambiente automaticamente se transforma: a competição tende a
desaparecer, dando lugar à cooperação e à ajuda mútua.